segunda-feira, 3 de março de 2008

sim, somos livres. batemos no peito para dizer isso. Mas a nossa prisão é tão bem escondida. Nós não estamos nem um pouco livres. afinal, quem escolheu ir à escola aos 5 anos de idade, a cursar faculdade, a ter um emprego? Quem escolheu que em enterros se usa preto, que na chuva, deve-se andar com guarda-chuva. As correntes são tão fortes, que dão a sensação de que nem que eu morresse tentando livrar-me, daria certo.
Sempre me achei livre, liberdade era uma das minhas coisas preferidas, a liberdade que eu acho que tenho de ir e vir, de pegar um ônibus, de escolher a música que eu vou ouvir, de ir na praia, de ver um filme. Mas foi tudo tão selecionado! Eu não tenho tanta escolha, entre ver um filme realmente bom, e um blockbuster. e mesmo quando posso optar pelo realmente bom, ele já foi pré-selecionado. Nem sequer tenho liberdade para amar, afinal, o que se tem entre as pernas é mais importante para a 'sociedade' do que o que se tem no coração. E o que se tem no coração foi colocado lá. O ódio pela guerra, o amor pela paz, foi tudo colocado. Eu não sou um ser solto no mundo, eu tô mais presa do que aquele passarinho na gaiola, mas pelo menos, ele pensa por sí só, vê o que quer ver. Canta uma canção sua.
sou tão estatizada, que nem sei mais se a minha revolta, foi pensada por mim, ou se tudo o que eu sinto é meu mesmo.
Sou tão estatizada, que até quando amo, amo errado. afinal, ninguém está pronta para o amor na sua origem, pro amor sem barreiras, pro amor sem formalidades, intenções. E quando amo, amo torto, amo para acabar, amo para saber que amo errado. Porque não há como suportar tudo o que eu sou se eu não for nada do que me mandaram ser.


Sei lá, deu vontade, postei.

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